sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Ela não presta

Rodaria com meus laços no cabelo, igual a pião em roda de meninos. Mas nunca fui de laços no cabelo, mas sempre fui de rodas de meninos. “Põe na roda”, e eu ia feliz por ser carne de abate. Fazer a felicidade da gurizada que eu desprezava. Mania de ser o centro. O centro dos olhares no centro da roda de meninos. "Ela não presta”, não prestava nem antes, nem agora. E quem prestava? Eles? Os que gozavam em fila indiana? Ou as mães, em suas padronizadas vidas em casas de condomínios. Gente média, previsível, podre de nascença. Essas prestam. Se eu fosse de usar laços no cabelo, rodaria em rodas de meninos e se eu fosse poetisa, poetaria mais ou menos assim:

Gente séria e trabalhadora
Que paga em dia
Que cobra em dia
Que denuncia
Que fiscaliza
E que se esquece de viver

Mas não nasci e nem me fiz poetisa, nasci e me fiz carne sangue e pulsões. Menina das rodas e dos olhares, cheia de si, cheia de ódio, cheia de desprezo, cheia de desejo, cheia saliva, de porra e de vida.

Um comentário:

Anônimo disse...

Minina, ki saudades di vc!!!!!!!!! Sua lokinha sumida!!!!